Exposição Tarja Preta
Exposições passadas - 24/01/2018
Museu da Diversidade Sexual abre exposição “Tarja Preta”, com retratos produzidos por Vania Toledo
Com curadoria de Diógenes Moura, mostra apresenta fotografias de personalidades como Ney Matogrosso, Clodovil, Laerte e Luana Hansen, destacando os questionamentos comportamentais do universo LGBT
O Museu da Diversidade Sexual, da Secretaria da Cultura do Estado, administrado pela organização social de cultura APAA, abre no dia 24 de janeiro a exposição “Tarja Preta”, com trabalhos da fotógrafa Vania Toledo. A mostra é um resumo da carreira de Vania, com fotos clicadas nos anos 70, 80 e 90 até registros produzidos especialmente para a exposição, focados em ícones da cultura e da diversidade. A entrada é gratuita.
“Tarja Preta”, que conta com a curadoria de Diógenes Moura, apresenta um registro de nossa efervescência cultural – da noite LGBT, do teatro, da música, das artes em geral. Os trabalhos exibidos no museu mostram como os questionamentos comportamentais – de sexo e expressão de gênero – têm forte presença na cultura e como essa chama se mantém viva.
Entre os trabalhos selecionados para a exposição, estão retratos de grandes ícones da cultura produzidos por Vania Toledo em vários momentos de sua carreira, como os da escritora Cassandra Rios, o cantor Ney Matogrosso e o estilista Clodovil. Também foram produzidos retratos especialmente para a mostra, com personalidades que atuam em diversas linguagens na área da cultura, como Laerte, Leo Moreira, Luana Hansen, João Silvério Trevisan, As Bahias e a Cozinha Mineira, Karina Dias e Jean Claude Bernadet.
“Meu vício é gente. Gente atuante, libertária, gente que produz e faz arte, que gosta de viver como eu. Por isso ou por aquilo, sempre fotografei pessoas assim, com esse perfil”, conta Vania. “Sou contra tudo o que é muito correto, muito confortável. Minha zona de conforto é a interrogação, é procura eterna pelo novo”, conclui.
“A exposição ‘Tarja Preta’ enaltece a liberdade e infinidade de possibilidades de expressões artísticas, se opondo à caretice. A tarja preta, que tanto pode ser medicamento para controlar o que se diz loucura quanto um mecanismo de censura imagética, é a barreira a ser superada, escancarando o que está por trás, que no fim das contas nada mais é do que humano”, reflete Luis Sobral, diretor da APAA.
TEXTÃO
Exposições passadas - 06/11/2018
MUSEU DA DIVERSIDADE SEXUAL: EXPOSIÇÃO “TEXTÃO” PROVOCA REFLEXÕES SOBRE O PODER MOBILIZADOR DA PALAVRA
A mostra é uma proposição das plataformas Explode!, Lanchonete.org e Lastro, em colaboração com mais de 50 artistas, pensadores e coletivos brasileiros
No dia 06 de novembro, terça-feira, o Museu da Diversidade Sexual, administrado pelo Governo do Estado de São Paulo através da organização social de cultura APAA, inaugura a exposição “Textão”. Por meio de textos, apresentados em diferentes linguagens e suportes, são abordados temas que partem da experiência dos corpos com as cidades e suas manifestações estéticas e políticas, com um olhar de quem não deseja participar do jogo do patriarcado, da branquitude, da centralidade geográfica e da heteronormatividade. A mostra é fruto da colaboração entre artistas e coletivos brasileiros de diferentes localidades. “Textão” fica em cartaz até 12 de janeiro de 2019 e a entrada no museu é gratuita.
Texto curatorial:
A palavra textão é uma expressão comumente utilizada pelas comunidades negras, feministas e LGBTQIA+ brasileiras. O artifício do textão costuma ser acionado quando pessoas dessas comunidades sofrem algum tipo de agressão. Nesse momento é sentida a necessidade de uma tomada de posição frente a um determinado fator social gerador de opressão. Essa fala ou texto são normalmente endereçados a pessoas cisgêneras, majoritariamente homens, brancos, heterossexuais e com alto poder aquisitivo, para lembrá-los de seus privilégios e da posição específica que ocupam dentro de um sistema colonial violento, pautado em marcações de classe, raça, gênero e sexualidade.
São trabalhos que nos trazem, por meio do texto e suas diferentes performações – na música, na poesia, na performance, no campo acadêmico, nas mensagens políticas, nas experimentações gráficas, no vídeo e até mesmo nas conversas cotidianas –, diversas perspectivas e falas que se cruzam, divergem e expandem as maneiras de pensar e experimentar o mundo hoje. Um mundo que nos obriga a lidar, simultaneamente, com fortes regimes de precarização, como aqueles vividos nos museus públicos do país, e a necessidade de continuar se movendo.
Acreditando no poder mobilizador da palavra, especialmente manifestada por vozes que foram historicamente silenciadas, o espaço expositivo se utiliza de estratégias virais de reprodução dos textos e pensamentos desses participantes. Busca, assim, contaminar o centro e as extremidades da cidade, a partir da encruzilhada onde se situa o museu. Encruzilhada entendida, assim como o textão, como ponto crítico e campo de possibilidades, em que uma posição, em determinada direção, deve ser tomada.